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A China está aumentando sua capacidade de energia a base de carvão, após anos de foco em fontes renováveis. Prepare-se para entender como o país planeja construir novas usinas de carvão que gerarão cerca de 94,5 GW de energia. Isso representa um crescimento significativo na construção de plantas desde 2015. Mesmo sendo o maior investidor em solar e eólica do mundo, a China está recuando em suas políticas ambientais. O impacto dessa decisão pode ser grande em relação às metas de redução de emissões e à segurança energética. Vamos explorar os detalhes dessa mudança.
- A China está aumentando a capacidade de energia de carvão, revertendo a tendência de energias renováveis.
- Novos projetos de usinas de carvão totalizam 94,5 GW, o maior desde 2015.
- O governo está atrasando o fechamento de usinas mais antigas para garantir energia.
- Empresas estatais dominam novos projetos de carvão, ligando mineração e energia.
- Críticos afirmam que o investimento em carvão pode atrapalhar os esforços da China para reduzir emissões.
A Nova Direção do Poder Energético da China
Aumento Significativo na Capacidade de Geração de Energia a Carvão
A China está tomando uma direção surpreendente em sua política energética. Após um período de investimento em energia renovável, o país decidiu aumentar sua dependência do carvão. Em 2024, a construção de novas usinas a carvão, que devem gerar cerca de 94,5 GW, marcará o maior aumento desde 2015. Isso contrasta com a tendência de redução que ocorreu entre 2015 e 2021.
O Papel das Usinas de Grande Escala
A maior parte dos novos projetos envolve megaplants com capacidade superior a 1 GW, localizadas em regiões como Shandong e Mongólia Interior. Empresas estatais, como a China Energy Investment Corp e o Huaneng Group, estão à frente dessas iniciativas. Um exemplo notável é o projeto de Guangdong Taishan, que utiliza tecnologia ultra-supercrítica e tem uma capacidade que ultrapassa 1,2 GW. Embora empresas estrangeiras não possam possuir ou construir usinas diretamente na China, elas fornecem tecnologia e know-how, com empresas como GE, Siemens e Mitsubishi contribuindo com turbinas e sistemas de controle de emissões.
Mudanças nas Políticas Energéticas
Essa mudança de foco para o carvão ocorre em um momento em que a economia da China enfrenta dificuldades. O crescente desemprego e o medo de mais perdas de empregos se a mineração de carvão for restringida têm levado os formuladores de políticas a reconsiderar suas estratégias. Durante um período em que o presidente Xi Jinping promovia uma agenda mais amigável ao clima, a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris durante a presidência de Donald Trump também influenciou essa mudança de rumo.
A Relação Entre Mineração e Geração de Energia
A interconexão entre a mineração de carvão e a geração de energia na China é forte. Especialistas afirmam que mais de 75% dos novos projetos de usinas a carvão aprovados em 2024 foram financiados por empresas de mineração ou grupos energéticos com operações de mineração. Estas são, em sua maioria, empresas estatais que têm grande influência nas decisões políticas, apoiadas por poderosos sindicatos.
Acelerando a Construção de Usinas
O aumento na construção de novas usinas de carvão foi precedido por um aumento significativo na emissão de permissões de mineração, especialmente nas principais províncias produtoras de carvão, como Xinjiang, Mongólia Interior, Shaanxi e Gansu. Esses grupos de interesse estão se movendo rapidamente para garantir crescimento antes que as políticas se tornem mais restritivas sob as metas climáticas de 2030 e 2060 da China. Os governos locais justificam a expansão da capacidade de carvão como essencial para a segurança energética e o crescimento econômico local.
Desafios para as Metas Climáticas
Embora algumas autoridades sustentem que mais energia a carvão é necessária para estabilizar o sistema elétrico do país, especialistas argumentam que uma rede elétrica mais flexível e eficiente poderia reduzir a necessidade de capacidade adicional de carvão. Essa expansão pode ameaçar a promessa do presidente Xi Jinping de atingir o pico de emissões antes de 2030. Se a China continuar a melhorar a eficiência da rede elétrica e expandir as energias renováveis, a necessidade de mais capacidade de carvão pode ser questionada.
O Impacto Global da Decisão da China
A decisão da China de aumentar seu compromisso com o carvão levanta questões sobre o futuro dos projetos de energia renovável e se o maior emissor de dióxido de carbono do mundo está adotando tecnologias modernas de controle de poluição para minimizar as emissões. Até o final de 2024, a China havia adicionado 356 GW de capacidade de energia solar e eólica, quase equivalente à capacidade total instalada nos Estados Unidos. O governo central ainda se compromete a expandir essa capacidade, visando 1.200 GW combinados até 2030.
A Dicotomia do Investimento em Carvão e Renováveis
Críticos apontam que o investimento simultâneo da China em carvão e em energias renováveis cria uma dinâmica conflitante, minando seus esforços para reduzir emissões. Enquanto a China implementa tecnologias de carvão ultra-supercrítico, que podem operar a temperaturas e pressões mais altas para melhorar a eficiência térmica, a tecnologia de captura e armazenamento de carbono ainda está em sua infância, com menos de 10 projetos em grande escala em operação.
Normas de Emissão e Tecnologia
As normas de emissão de mercúrio da China são significativamente mais brandas do que as normas internacionais, e não há tecnologias dedicadas para sua redução. No entanto, há indícios de uma possível mudança nas políticas. Relatórios indicam uma queda de mais de 30% nas novas permissões de carvão emitidas no início de 2024 em comparação com o final de 2023, o que pode refletir preocupações crescentes sobre a sobrecarga da rede e a estabilidade.
O Papel da China na Construção Global de Usinas a Carvão
Atualmente, a China representa 93% da nova construção de usinas a carvão em todo o mundo, segundo relatórios de organizações de monitoramento de energia. A instabilidade geopolítica e as preocupações com a segurança energética, exacerbadas pelo conflito na Ucrânia, reforçaram o compromisso da China com a produção de energia doméstica. A retirada dos Estados Unidos de compromissos climáticos internacionais pode ter um efeito cascata, enfraquecendo a pressão global sobre a China para reduzir suas emissões.
Influência em Outros Países em Desenvolvimento
As mudanças na política energética da China também influenciam outros países em desenvolvimento, como Índia, Indonésia e Vietnã, que continuam a expandir sua capacidade de carvão, apesar de seus compromissos climáticos. Essa tendência pode impactar negativamente os esforços globais para combater a mudança climática.
O Futuro da Energia na China
A questão que você deve considerar é se o novo compromisso da China com o carvão prejudica os esforços globais para combater a mudança climática ou se é uma medida temporária para estabilizar uma economia em dificuldades. O futuro da geração de eletricidade na China dependerá não apenas de sua capacidade de geração, mas também da turbulência nos mercados de energia globais.
Conclusão
A decisão da China de aumentar sua capacidade de geração de energia a partir do carvão representa um ponto de inflexão em sua política energética. Enquanto o país se destaca como líder em energias renováveis, o foco renovado no carvão levanta preocupações significativas sobre suas metas climáticas e o impacto global dessa escolha. A interconexão entre mineração e geração de energia, impulsionada por empresas estatais, reflete a complexidade e os desafios que a China enfrenta em sua busca por segurança energética e crescimento econômico.
À medida que o mundo observa, a dinâmica entre a expansão do carvão e o compromisso com a sustentabilidade se torna cada vez mais crítica. Seria essa uma estratégia de curto prazo ou um desvio permanente? O futuro da energia na China e suas implicações globais ainda estão em aberto. Para mais informações e uma análise aprofundada sobre esse tema e outros, não deixe de visitar Dicas de Reforma.

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