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Você verá como os gastos com construção vêm caindo em meio à volatilidade das tarifas. O artigo, com dados do Censo e comentários de economistas, aponta alta nos preços dos materiais, falta de mão de obra e incerteza que travam novos projetos. A jornalista Alisa Zevin explica o cenário e o que isso pode significar para seus investimentos e para o setor.
- Gastos com construção estão caindo
- Setor residencial sobe pouco; setor não residencial cai
- Tarifas e alta de materiais aumentam custos e incerteza
- Investimento privado e projetos comerciais sofrem queda
- Falta de mão de obra e ações de imigração atrapalham obras
Queda nos gastos com construção em meio à volatilidade das tarifas
Você precisa saber o que está mudando no setor da construção. Os números mais recentes mostram um recuo nos gastos totais com construção, afetando planejamento, custos e decisões de investimento. Abaixo, explico claramente o que os dados dizem, por que importa e como agir. Para contexto das mudanças estruturais no setor, veja um relatório sobre as mudanças no setor de construção que sintetiza dúvidas e preocupações recentes.
Panorama geral dos números
Pontos-chave:
- O gasto total com construção caiu 0,1% em julho (mês a mês).
- No setor residencial, avanço de 0,1% em julho.
- No setor não residencial, recuo de 0,2% em julho.
- Desde julho de 2024, o gasto total caiu 2,8%.
- No mesmo período: gasto residencial caiu 5,1%; gasto não residencial caiu 1,1%.
- Dentro do não residencial: gasto público subiu 3,1% no ano; gasto privado caiu 3,7%, com quedas grandes em comércio e manufatura.
Esses números indicam um ajuste do setor que você sente no bolso, no cronograma e na capacidade de fechar novos contratos. Em regiões e empresas que dependem de investimentos privados, tem se visto postura cautelosa, conforme apontado em análises sobre empresas de construção que permanecem cautelosas diante da incerteza econômica.
Como ler esses dados (o que é mais importante para você)
- Variações mensais pequenas podem esconder tendências: um recuo de 0,1% repetido vira algo mais expressivo.
- Queda acumulada de 5,1% no residencial indica menor atividade em novas moradias ou adiamento de projetos.
- Redução de 3,7% no não residencial privado mostra empresas segurando investimentos em instalações, lojas e fábricas.
- A alta de 3,1% no gasto público pode ser alívio para empresas que atuam em obras públicas.
Impacto das tarifas e do aumento nos preços de materiais
- Tarifas recentes e expectativa de novas tarifas tornam os preços de materiais mais imprevisíveis. Para entender como mudanças regulatórias e fiscais influenciam decisões de investimento, consulte análises sobre legislação e impostos aplicáveis ao setor, como este texto sobre impactos da legislação nos investimentos imobiliários.
- Dificulta fechar propostas firmes quando não há previsibilidade no custo do aço, alumínio e insumos.
- Esse cenário adia decisões de iniciar obras: desenvolvedores e investidores aguardam clareza.
- O valor nominal gasto pode não refletir o freio real causado pelas tarifas — atividade física da obra pode estar menor que os números indicam.
Segurança para desenvolvedores e incerteza no cálculo de custos
Você, como desenvolvedor, enfrenta:
- Incapacidade de estimar com precisão quanto a obra vai custar — dificulta aprovação e financiamento.
- Incapacidade de prever prazos — atrasos elevam custos indiretos.
Sem clareza tarifária e com falta de mão de obra, projetos viáveis podem ficar em espera ou ter escopo reduzido. Para gerenciar disputas por atrasos e interrupções, há orientação técnica sobre reivindicações de interrupção de projetos, que pode ajudar na redação de cláusulas e na documentação de eventos de força maior.
Escassez de mão de obra: um problema concreto
Dados do mercado:
- 45% dos empreiteiros relataram impacto da escassez de mão de obra.
- 28% das empresas foram afetadas por ações de controle de imigração nos últimos seis meses.
Consequências:
- Atrasos por falta de equipe qualificada.
- Aumento do custo de contratação e retenção.
- Maior turnover e perda de produtividade.
Se sua empresa depende de mão de obra especializada, a combinação de tarifas e falta de trabalhadores pode apertar seu fluxo de caixa. Grupos do setor já apresentam propostas e prioridades para a próxima agenda regulatória — acompanhar esses movimentos ajuda a antecipar mudanças (posicionamentos recentes dos grupos de construção).
Onde a queda foi mais forte (subsetores que importam para você)
- Comércio (lojas, centros comerciais): queda relevante que reduz demanda por obras comerciais.
- Manufatura: queda forte; projetos industriais ficam em espera.
- Setor público não residencial: foi o que mais cresceu no ano — obras públicas podem mitigar a queda em obras privadas.
Focar em contratos públicos pode trazer mais estabilidade no curto prazo; grandes contratos públicos, como concessões e contratos de infraestrutura, mostram como o setor público pode sustentar emprego e demanda (exemplo de grande contrato público).
O que isso significa para seu projeto ou negócio
- Investidor: espere retornos mais lentos; avalie sensibilidade dos custos à variação de tarifas — leia recomendações sobre estratégias para maximizar retorno em imóveis.
- Desenvolvedor: considere cláusulas contratuais para transferir/compartilhar risco de variação de preços.
- Empreiteiro: revise contratos, avalie revisões periódicas de preço e busque fornecedores alternativos.
- Fornecedor de materiais: prepare-se para flutuações de demanda e renegociação de prazos.
Passos práticos que você pode tomar hoje
- Revisar contratos e cláusulas de preço
- Inclua cláusulas de reajuste por mudança substancial nos preços de materiais.
- Defina gatilhos claros para revisão de preço (ex.: aumento X% no custo do aço).
- Use ferramentas para monitorar variação de insumos.
- Diversificar fornecedores
- Tenha pelo menos dois fornecedores para materiais críticos.
- Mantenha estoques de segurança apenas para itens estratégicos.
- Negocie condições e prazos.
- Focar em obras públicas quando possível
- Verifique editais locais e programas governamentais.
- Fortaleça compliance para ganhar licitações.
- Ajuste capacidade de execução para projetos públicos.
- Planejar mão de obra
- Invista em treinamento interno para reduzir dependência externa.
- Considere contratos temporários com cláusulas de performance.
- Monitore ações de fiscalização e imigração que afetem sua equipe.
- Preparar cenários financeiros
- Monte cenários de custo: conservador, provável e otimista.
- Use-os ao decidir iniciar projetos.
- Mantenha fundo de contingência para variação de preços.
- Adotar tecnologia para reduzir riscos e acelerar entrega
- Ferramentas de gestão de obras e integração em nuvem ajudam a controlar custos e prazos — veja como plataformas e IA vêm sendo aplicadas em obras no artigo sobre integração de IA em plataformas de gestão.
- Modelagem BIM melhora coordenação e reduz retrabalho (exemplo de adoção de BIM).
- Soluções de robótica e GeoAI podem transformar produtividade no canteiro (robótica para canteiros e GeoAI aplicada à construção).
Riscos e oportunidades que você deve medir
- Risco: incerteza tarifária pode levar a adiamentos e menor demanda — reduz volumes e receita.
- Oportunidade: projetos públicos e contratos de manutenção podem ser fontes estáveis de receita.
- Risco: escassez de mão de obra reduz produtividade e margens.
- Oportunidade: treinamento, retenção e investimento em tecnologia aumentam competitividade.
Como isso afeta seus contratos e propostas
- Seja claro nas propostas sobre tratamento de custos variáveis.
- Propostas fixas em longos prazos são mais arriscadas.
- Ofereça opções modulares: cliente paga por fases conforme insumos se estabilizam.
Exemplo prático de ajuste em propostas (modelo simples)
Estruture propostas com dois blocos:
- Bloco A — Escopo base com itens de preço estável.
- Bloco B — Itens sensíveis a tarifação (aço, alumínio, componentes importados) com cláusula de ajuste.
Isso dá clareza para você e para o cliente e reduz litígios quando preços mudam.
Possíveis cenários para os próximos meses (o que monitorar)
- Cenário conservador: tarifas altas, preços de materiais sobem, demanda privada cai — foco em obras públicas.
- Cenário intermédio: tarifas previsíveis, mercado ajusta contratos, demanda retorna lentamente.
- Cenário otimista: tarifas se reduzem/clarificam, preços caem e investimentos privados retornam.
Monitore: variação dos preços dos materiais, anúncios de política tarifária e dados de emprego no setor. Para entender tendências mais amplas de investimento imobiliário, confira análises sobre tendências de investimentos em imóveis.
Ferramentas e fontes que você pode usar
- Relatórios oficiais de gastos do governo (estatísticas de construção).
- Pesquisas de associações do setor (empreiteiros, construtoras).
- Indicadores de preço de materiais (índices de custo de construção).
- Plataformas de licitações públicas.
- Informações sobre ações de fiscalização e imigração.
Use essas fontes para validar decisões e ajustar seu plano de negócios. Se pretende diversificar seu portfólio imobiliário em resposta ao cenário, há guias práticos sobre como diversificar o portfólio imobiliário e sobre investimento em fundos imobiliários.
O que as entidades do setor estão sinalizando (resumo)
- Economistas: recuo na atividade é mais profundo que o valor dos gastos indica, devido ao aumento de preços dos insumos.
- Líderes do setor: incerteza tarifária e falta de mão de obra são barreiras centrais.
- Políticas que tragam clareza tarifária e aumento da oferta de mão de obra teriam impacto direto na retomada.
Fique atento a anúncios regulatórios e programas de qualificação. Mudanças na agenda governamental e em critérios de subsídios também podem alterar competitividade e prioridades do setor (exemplo de alteração em critérios regulatórios).
Origem dos dados
Os números vêm de estatísticas oficiais de gasto com construção e pesquisas de associações do setor sobre mão de obra e impactos de políticas de imigração. Esses relatórios ajudam a entender tendências e tomar decisões mais seguras.
Checklist rápido (ações imediatas)
- [ ] Revisar contratos para incluir cláusulas de ajuste.
- [ ] Mapear fornecedores alternativos para materiais críticos.
- [ ] Avaliar participação em licitações públicas.
- [ ] Preparar plano de retenção e treinamento de mão de obra.
- [ ] Montar cenários financeiros para projetos em pipeline.
- [ ] Monitorar anúncios sobre tarifas e ações de fiscalização de imigração.
Use o checklist como guia inicial para reduzir risco financeiro e operacional.
Conclusão — o que você deve fazer agora
Você está em um momento de maior incerteza, mas não de paralisia. Aja com estratégia:
- Proteja seus contratos com cláusulas de ajuste.
- Diversifique fornecedores e busque obras públicas como fonte estável.
- Invista em mão de obra: treine e retenha talentos.
- Mantenha flexibilidade em propostas e planejamento financeiro.
Pequenas medidas hoje reduzem riscos e posicionam você para aproveitar a retomada do mercado. Para mais orientações práticas e modelos de contrato, consulte artigos sobre estratégias para maximizar retorno em imóveis e sobre investimento em fundos imobiliários.

Adalberto Mendes, um nome que ressoa com a solidez do concreto e a precisão dos cálculos estruturais, personifica a união entre a teoria e a prática da engenharia. Professor dedicado e proprietário de uma bem-sucedida empresa de construção, sua trajetória é marcada por uma paixão que floresceu na infância, alimentada pelo sonho de erguer edifícios que moldassem o horizonte. Essa fascinação precoce o impulsionou a trilhar o caminho da engenharia, culminando em uma carreira onde a sala de aula e o canteiro de obras se complementam, refletindo seu compromisso tanto com a formação de novos profissionais quanto com a materialização de projetos ambiciosos.